No dia 27 de setembro, uma borboleta noturna de tamanho impressionante foi salva no recinto da nossa Escola: uma “Esfinge- caveira” (Acherontia atropos), famosa pelo desenho semelhante a uma caveira que apresenta no tórax. Com uma envergadura de até 13 cm, esta borboleta migradora adaptada a ambientes variados, viaja anualmente da África para a Europa, chegando durante a primavera e o verão.
Quando em busca de um companheiro ou para se alimentar, esta borboleta está ativa desde o anoitecer até depois da meia-noite. É atraída pela luz e ocasionalmente pelo néctar da batateira e da flor de laranjeira, entre outras plantas. Muitos indivíduos foram vistos em colmeias onde, ao entrarem, geralmente se alimentam de mel sem serem perturbados, perfurando os favos com as suas trombas curtas e afiadas. Há informações que apontam para que se tornam “quimicamente invisíveis” para as abelhas ao imitarem os ácidos gordos cutâneos destas. Escapam assim na maioria das vezes, mas ocasionalmente o truque químico não funciona, pois as abelhas às vezes percebem que são impostoras e matam-nas. A borboleta emite um som curioso quando perturbada, com função defensiva.
Na nossa escola, a borboleta foi avistada nas escadas da entrada, em repouso. De forma célere e para evitar a concentração de alunos nas escadas durante o intervalo, foi pensada uma estratégia para a capturar e devolver ao meio natural, com mais segurança e sem risco para a borboleta. Para o seu resgate, e com a ajuda da Sr.ª funcionária Sónia Pereira foi usada uma garrafa de água vazia que a D.ª Sónia teve a gentileza de cortar (para se conseguir uma abertura maior) e foi cuidadosamente limpo o seu interior. Recolhi a Borboleta para o interior da garrafa e libertei-a no jardim da Escola, num local sugerido pela D.ª Ermelinda Braga (que também ajudou neste resgate e captou alguns dos registos fotográficos desta notícia) para a borboleta noturna continuar o seu descanso, sem ser incomodada ou correr o risco de ser pisada. Esperamos que o resgate e esta notícia inspirem a comunidade escolar a respeitar a biodiversidade e valorizar a vida selvagem do nosso espaço. O registo foi inserido na plataforma de ciência cidadã iNaturalist (link: https://www.inaturalist.org/observations/244359127), onde contribuirá para o conhecimento sobre a distribuição da Esfinge-caveira.
A Professora Alda Senra Martins