Marcelo Lafontana, responsável pela companhia de teatro Formas Animadas, sediada em Vila do Conde, apresentou aos alunos do 11º ano da nossa escola a encenação do Sermão de St. António aos Peixes.
Trata-se de uma apresentação cénica do referido sermão, preparada pelo ator, designada por Payassu – O Verbo do Pai Grande, por ser esta a forma como os índios do Brasil se referiam ao grande pregador do séc. XVII, Padre António Vieira.
O Sermão de St. António aos Peixes é um texto de análise obrigatória na disciplina de Português do 11º ano e a possibilidade de os alunos assistirem à representação deste magnífico texto constitui uma mais-valia no processo de análise do mesmo.
Marcelo Lafontana apresenta-se “transfigurado” na figura do Padre António Vieira, com as suas vestes negras de jesuíta e, através da sua colocação numas andas, apresenta-se num plano superior para mostrar o ascendente que o pregador tinha sobre os ouvintes, naquele tempo.
O referido sermão é um texto de grande atualidade, embora proferido em 1654, em S. Luís do Maranhão, no Brasil. Era dirigido aos colonos brancos, criticando os seus vícios e desmandos na forma como tratavam os índios, escravizando-os e tratando-os de forma cruel . Para além disso é também uma crítica severa a toda a sociedade apontando as virtudes e os defeitos dos peixes, comparando-os com os defeitos dos homens. Como o sermão foi proferido no dia de St. António, este santo é usado, ao longo do sermão, como o exemplo máximo da virtude e das qualidades de um bom pregador. A lenda de que terá pregado aos peixes por os homens não o quererem ouvir, serve de mote para o sermão, que também vai ser dirigido aos peixes,embora os homens sejam os principais alvo das críticas.